segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mini-Crítica # 4 - Okami

Um mundo diferente? Uma obra de arte? Um jogo? Okami...

Enredo: O enredo de Okami está longe de ser complexo. O jogo coloca-nos na pele de Amaterasu, Deusa do Sol, que terá a missão de libertar o Japão da maldição do impiedoso Orochi, que deixou as terras nipónicas abraçadas pela escuridão e seus habitantes tranformados em pedra. Anteriormente, Amaterasu já tinha vencido Orochi na forma de lobo, mas a Deusa acabou por sucumbir no final, perdendo todos os seus poderes. Preservada a sua alma imortal numa estátua de pedra, Amaterasu é reavivada mais tarde pelo espírito da terra para ajudar a combater Orochi, que se encontra novamente livre. Sendo este o nosso objectivo principal, iremos percorrer (em busca dos nossos poderes) um mundo recheado de fantasia, enriquecido com as mais diversas lendas do Japão, formando um enredo, que embora não seja perfeito, é agradável ao ponto de prender o jogador ao ecrã.

Grafismo: Um dos pontos mais fortes de Okami é o seu belíssimo grafismo. A Clover deu-se ao trabalho de retratar todo o ambiente nipónico em Cel Shading, com traços muito fortes e uma paleta de cores soberba. Passando pelos cenários, os inimigos, os animais, as personagens, a vegetação... tudo se encontra exemplarmente criado. Este ponto confere ao jogo uma arte inexplicável, dando a ideia de estarmos a jogar dentro de uma pintura. Resultado: um dos jogos mais belos de que há memória.

Jogabilidade: No que diz respeito à jogabilidade, a óbvia inspiração de Okami dá-se pelo nome de The Legend of Zelda. Principalmente no que toca às sequências de exploração e resolução de enigmas, nota-se claramente que a magia do franchise da Nintendo se encontra presente. Mas Okami também consegue inovar neste aspecto. Tendo a ajuda de um engenho chamado Celestial Brush, basta-nos desenhar formas definidas no ecrã para despertarmos poderes que nos permitem interagir de diversas formas tanto com o cenário, como com os inimigos. Podemos cortar objectos ao meio, fazer florescer as terras amaldiçoadas, mudar o dia para a noite (e vice-versa), incendiar inimigos... Enfim, diversidade neste campo não vos vai faltar. De realçar que Amaterasu não tem todos os poderes disponíveis no início da aventura, tendo para isso de os conquistar à medida que avançamos no jogo. Também podemos fazer melhoramentos ao nosso personagem (acrescentado baldes de tinta para uso do Celestial Brush ou aumentado a barra de vida, por exemplo), bastanto para isso recolher fé dos habitantes do Japão e dos animais, que é ganha através das nossas boas acções.

Som: Okami também é muito forte na componente sonora. Apresentando melodias doces ao ouvido, o jogo é banhado por temas tradicionais Japoneses, tocados com típicos instrumentos nipónicos. As vozes não são faladas, sendo uma espécie de grunhidos, que apesar de soarem algo irritantes ao início, acabam por ser "aceites" à medida que jogamos. Os efeitos sonoros também se encontram bem produzidos. Combina tudo muito bem com o ambiente de jogo, transmitindo uma sensação de viagem pelo belo Oriente.

Nota: Okami é uma experiência única, que pode ultrapassar facilmente as 40 horas de jogo. Estranha-se ao início, mas depois entranha-se, sendo uma aventura fácil, sem grandes desafios e que agradará ao jogador que procura algo diferente, mas relaxante. O único senão do jogo é que poderão sentir-se facilmente aborrecidos se jogarem durante algum tempo seguido, por isso aconselho-vos a fazê-lo com intervalos regulares. Independentemente deste aspecto, Okami é uma pérola e qualquer jogador que se preze deve dar-lhe uma oportunidade.

Avaliação final: (++)